Aí estão eles, os dentes do siso, ou dentes do juízo, como também nos habituámos a chamar, porque regra geral começam a “chatear-nos” entre a adolescência e a juventude. E então, devemos mantê-los? Devemos retirá-los? Cada caso é um caso, e já vamos perceber porquê.
Por sorte ou azar calhámos no preciso estágio da evolução humana em que grande parte dos maxilares já não têm espaço para receber estes últimos molares da nossa dentição. É verdade, se há algumas pessoas que ainda podem acolher os sisos, outras simplesmente não têm espaço para eles. E outras já nem sequer os têm a nascer!
Sim, já observamos casos de jovens em que os sisos simplesmente não vão aparecer, porque a evolução humana já tratou de eliminá-los. Os nossos antepassados tinham uma alimentação diferente, sem cozinhados, e necessitavam de uma maior capacidade de processamento dos alimentos na cavidade oral. Contudo, o aparecimento dos cozinhados veio alterar esta necessidade, como que aliviando o trabalho que era exigido aos dentes. A partir daí, a evolução humana fez (ou está a fazer) o seu trabalho. E é por isso que hoje necessitamos de menos dentes.
Caso surjam os sisos (geralmente a partir da adolescência, mas por vezes muito mais tarde), importa, portanto, avaliar cada caso. E, se não estiverem bem posicionados e a mastigar corretamente, entre a falta de espaço, o mau posicionamento, o crescimento interno no maxilar, etc., são vários os fatores que podem ser causadoras de desconforto ou até infeção. E aí, claro, a solução é apenas cirúrgica, ou seja, retirar os sisos.
Obrigado e boa semana!
Gonçalo Dias
Será que temos mesmo de tirar os sisos?
14-10-2018