Diabetes. Uma das chamadas doenças silenciosas, que afecta mais de um milhão de pessoas em Portugal, e que tanto surge como um bicho de sete cabeças (motivo para as mais diversas complicações quando não controlada), como pode ser igualmente uma doença sem consequências graves, desde que acompanhada e monitorizada.  

Regra geral, a diabetes, doença crónica que se caracteriza por excesso de açúcar no sangue, representa um quadro de risco superior para outras situações clínicas, e isso também se verifica para as doenças da boca.   

Falemos, por exemplo das comuns doenças gengivais: sendo mais susceptíveis às infecções, porque a sua resistência é mais baixa, os diabéticos tendem a desenvolver processos infeciosos mais marcados, com cicatrizações e recuperações mais demoradas. Por outro lado, tal como se verifica com outras infecções, as doenças gengivais também podem aumentar os níveis de açúcar no sangue e tornar mais difícil o controlo da diabetes.  

Num diabético, as simples cáries não só aparecem com mais facilidade, como progridem de forma mais rápida. No caso das chamadas doenças periodontais (doenças gengivais que podem levar à perda óssea), essas também são geralmente mais agressivas e de recuperação mais difícil.  

Nos últimos anos, o acompanhamento aos pacientes diabéticos evoluiu bastante em Portugal. A partir do momento em que é feito um diagnóstico, não só é feito o bom acompanhamento da doença, como é permanentemente chamada a atenção para as complicações associadas, sejam doenças cardíacas, orais ou outras, complementando-se a intervenção das diferentes disciplinas médicas.  

Mas o importante é chegar aqui! Porque sendo uma doença crónica, a diabetes e as suas consequências podem ser controladas, necessitando para tal da intervenção de especialistas de várias áreas, minimizando-se assim a existência de complicações mais difíceis de resolver.  

A chave é sempre o acompanhamento. Não facilite e, se necessário, consulte o seu dentista!      

Obrigado a todos! Bom fim-de-semana!    
Gonçalo Dias